O processo de criação de um BDR se inicia com a aquisição de ações de empresas estrangeiras por parte de um banco brasileiro, que as mantém bloqueadas sob a custódia de uma instituição no exterior. Posteriormente, a entidade brasileira submete um plano à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para disponibilizar esses recibos aos investidores domésticos.

O investidor que busca oportunidades em empresas globais encontrará dois tipos de BDRs disponíveis no mercado brasileiro: patrocinados e não patrocinados.

BDRs Patrocinados

Os BDRs patrocinados são aqueles em que uma empresa estabelece uma parceria com um banco brasileiro para disponibilizar seus papéis no mercado nacional, sendo negociados na B3. Existem três níveis de BDRs patrocinados, cada um com requisitos específicos.

BDRs Não-Patrocinados

Já os BDRs não patrocinados são aqueles em que a iniciativa de disponibilização dos recibos não parte da empresa emissora, mas sim do banco brasileiro. Esta categoria abrange a maioria dos BDRs disponíveis na B3, incluindo empresas amplamente reconhecidas, como Amazon e Apple.

Assim como uma Ação brasileira, os BDRs são investimentos de Renda Variável, ou seja, possuem mais riscos. Por isso, na hora de escolher o investimento, é importante analisar a empresa das Ações que servirão de garantia, o histórico, como ela se comportou em momentos de crise. Também é importante entender a liquidez e os custos das operações, por exemplo.

Existe um índice de BDR Não Patrocinado, chamado BDR X, que ajuda o investidor a acompanhar o desempenho médio destes ativos na Bolsa de Valores.

Os BDRs não possuem taxa de corretagem na Nova Futura. Mas há algumas taxas cobradas pela B3 e emolumentos (taxas cobradas pela B3 pelas transações no mercado). Você pode conferir todas aqui.

Nível I

As empresas que emitem as ações não precisam ser registradas na CVM. Contudo, o banco brasileiro assume a responsabilidade de divulgar no Brasil todas as informações tornadas públicas pela companhia em seu país de origem, além de comunicar fatos relevantes, como reuniões deliberativas de acionistas e assembleias.

O BDR patrocinado Nível I pode ser transacionado exclusivamente no mercado de balcão não organizado, sem a intermediação da B3, ou então por meio de seções específicas da bolsa destinadas a esse tipo de ativo. No caso de oferta pública, esta está limitada a apenas 50 investidores.

Empresas como Inter Platform Inc., a denominação do Banco Inter na Nasdaq, e a fintech StoneCo Ltd estão incluídas nessa categoria. É importante notar que essas empresas são brasileiras, porém optaram por realizar seu IPO no exterior e negociar no Brasil apenas por meio de BDR.

Nível II

Nesta categoria, a empresa estrangeira emissora de ações deve estar registrada na CVM e as transações podem ocorrer tanto no pregão da bolsa quanto em balcão organizado, que são negociações entre instituições financeiras, como bancos e corretoras, envolvendo títulos e valores mobiliários que não estão listados na bolsa de valores.

As empresas emissoras devem seguir as mesmas regras de transparência aplicadas às companhias brasileiras registradas como Categoria A pela CVM, as quais são de grande porte e amplamente reconhecidas, como Vale e Petrobrás.

As ofertas públicas de BDR Nível II são realizadas por meio do chamado "esforço restrito", permitindo apenas um número limitado de investidores, similar às ofertas públicas de Nível I.

Nível III

Este nível é similar ao Nível II, com uma distinção: as ofertas públicas são amplas, permitindo um grande número de investidores. Empresas como G2D Investments Ltd, uma plataforma global de Capital de Risco, e PPLA Participations LTD, uma empresa de investimentos, fazem parte deste grupo.

Não. Os BDRs não são equivalentes às ações das empresas estrangeiras, mas sim valores mobiliários que as representam. Por isso, não necessariamente 1 BDR será equivalente a 1 ação estrangeira. Há casos, como por exemplo da empresa Alphabet Inc (Google), em que 25 BDRs têm lastro em apenas 1 ação americana. Atualmente, apenas ações emitidas fora do país servem como lastro de BDRs.

Se a empresa estrangeira pagar dividendos, você poderá recebê-los, funcionando de maneira semelhante às ações no Brasil.

Os dividendos recebidos em moeda estrangeira, como o dólar, por exemplo, são convertidos em reais com a retenção de uma taxa de 3% do valor total como remuneração à instituição depositária, responsável pela intermediação do pagamento.

O valor é então repassado diretamente em sua conta, com as taxas deduzidas. Além disso, o recebimento de dividendos é tributado de acordo com a tabela progressiva (0% até 27,5%), sendo o investidor responsável pelo recolhimento até o último dia útil do mês subsequente por meio do Carnê Leão.

Caso queira vender seu ativo e resgatar o dinheiro, as liquidações ocorrem em D+2. No entanto, se deseja comprar outros ativos de Renda Variável, a Bolsa permite que você utilize o dinheiro no mesmo dia para esse fim.

Investir neste ativo no Brasil traz diversas vantagens:

- Elimina a necessidade de abrir uma conta em uma corretora estrangeira.

- Simplifica a declaração do Imposto de Renda, já que não é necessário lidar com os procedimentos complexos exigidos para investimentos no exterior.

- Dispensa a preocupação com cálculos de taxa de câmbio, IOF e outras tarifas relacionadas à conversão de valores e remessa internacional de recursos.

- Permite acompanhar o investimento diretamente pelo aplicativo da Nova Futura, consolidando todas as transações e rendimentos em um único local.

- Elimina a necessidade de pagar tarifas para enviar dinheiro para o exterior, pois todas as transações são realizadas em reais.

- Oferece diversificação para a carteira de investimentos, uma vez que os ativos de empresas com ações negociadas nos EUA, por exemplo, estão sujeitos à variação do dólar.

- Proporciona acesso a mais de 500 opções de investimento disponíveis na B3, o que é uma excelente forma de diversificar a carteira de investimentos.